sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Diabetes Gestacional

A ansiedade faz parte de qualquer gravidez. No caso das pacientes diabéticas, essa sensação não se resume a saber se o futuro filho será menino ou menina, parecido com o pai ou com a mãe, calmo ou manhoso. A gestante diabética quer saber, principalmente, se o diabetes irá prejudicar o seu bebê..
É certo que a gravidez da paciente diabética pode apresentar complicações que normalmente não ocorrem na mulher sem diabetes. Porém isso não significa que o problema irá acontecer. Há várias formas de prevenção e a futura mãe tem um papel decisivo nessa fase. Para ter um bebê saudável, basta que ela aprenda a controlar a sua gravidez.
Seguindo as recomendações da equipe de especialistas que vai acompanhá-la, a gestante terá todas as chances de não enfrentar qualquer contratempo. Essas recomendações giram sempre em torno do controle da glicemia e da programação da chegada do filho, que se inicia da seguinte forma: ao decidir engravidar, a paciente deve procurar seu médico para receber a orientação mais adequada.
Ele dirá o que fazer e pedirá os exames necessários. É sempre bom começar o controle alguns meses antes de engravidar. Assim, pode-se pesquisar a existência de complicações, como retinopatia e nefropatia, que teriam que ser tratadas durante a gestação.
A endocrinologista Ingeborg Christa Laun, especialista no assunto, explica a importância da programação da gravidez: "Todas as malformações que acontecem nos filhos de mães diabéticas afetam órgãos que se formam nas oito primeiras semanas de vida intra-uterina. Ou seja, quando a mulher às vezes nem sabe que está grávida. É importante programar a gravidez para que a paciente esteja muito bem controlada, pelo menos nos seis meses anteriores".
O controle da glicemia durante a gravidez diminui a probabilidade de a criança ter diabetes, um dos maiores temores da mãe diabética. "Quanto maior esse controle, menor o risco do bebê de mãe diabética ser diabético do tipo 2 na vida adulta", explica a Dra. Ingeborg. Também são pequenas as chances de uma mãe diabética tipo 1 ter um filho com essa doença. "A chance chega a 1% ou 2%".
A Dra. Ingeborg lembra um alerta feito por J.J. Hoet, estudioso de diabetes e gravidez , para a importância do controle da glicemia de uma futura mãe. Segundo Hoet, "quando uma menina se torna diabética, ela precisa estar consciente de que, cedo ou tarde, será mãe. E, por causa disso, o seu controle glicêmico é essencial para prevenir complicações prejudiciais para ela e para o filho". Para a médica, o lembrete é muito oportuno porque chama a atenção para um fato: o de que "o bom controle que elas têm pela vida afora vai definir se o bebê irá nascer com mais ou menos complicações".
Mas isso não significa que para ter um filho é preciso se programar desde a adolescência. Se a paciente descobriu a gravidez já no segundo mês, não há motivo para desespero. O medo e apreensão dificultam o controle da taxa de glicemia no sangue. A melhor saída, em todos os casos, é ter confiança, procurar um médico imediatamente e seguir à risca o tratamento.
Otimismo Torna Tudo Mais Fácil 
Muitas mães se sentem culpadas e temerosas de que o filho venha a ter problemas por conta do diabetes, atitude que dificulta o tratamento. Por isso, a Dra. Ingeborg aconselha: "É preciso ter sempre em mente que tudo dará certo".
Contar com o acompanhamento de um psicólogo às vezes é o melhor nas situações de estresse. Outra grande ajuda é conhecer o desenvolvimento da gravidez em diabéticas, para evitar sobressaltos. Por exemplo: à medida que a gravidez avança, a necessidade de insulina aumenta. "Isso significa que a placenta funciona muito bem e não é motivo para sustos", garante a doutora.
Há um outro fato também normal, mas que pode deixar a mãe intranqüila caso não esteja devidamente informada. Como o bebê corre o risco de ter hipoglicemia e precisa ser vigiado, ele permanece, logo após o nascimento, em um berçário de alto risco por pelo menos 6 a 12 horas, podendo ficar até 24 horas.
Insulina Substitui Antidiabéticos Orais
Apesar de ideal, a programação da gravidez nem sempre acontece. Felizmente, o risco para essa paciente não é tão alto, a menos que o diabetes esteja muito descontrolado. Nesses casos, deve ser dada uma atenção ainda maior ao tratamento.
No início da gestação, geralmente as pacientes são vistas pelo médico de 15 em 15 dias. "A monitorização domiciliar da glicemia capilar é fundamental", alerta a Dra. Ingeborg. A média é de quatro testes por dia. Além disso, deve ser feito um exame de hemoglobina glicosilada a cada mês; microalbuminúria (para verificar o estado dos rins) e exame de fundo de olho a cada trimestre; eventualmente um mapa da pressão arterial; e as ultra-sonografias (antes de 20 semanas, no segundo trimestre e no final da gravidez).
Os antidiabéticos orais não podem ser usados e o controle da glicemia é feito com insulina, que não apresenta risco para o bebê, por não passar pela placenta. "O que passa livremente pela placenta é a glicose", explica a médica.
Ela acrescenta que se a glicose da mãe estiver bem, o feto terá uma oferta normal. Caso esteja alta, o pâncreas do feto, tão logo comece a funcionar, por volta de 10 ou 12 semanas de vida, começará a responder a essa hiperglicemia aumentando a produção de insulina. Isso poderá acarretar para o feto a hiperinsulinemia, responsável por uma série de complicações.
"Gestante que não se cuida bem corre um risco bem maior de perder o neném, de ele nascer prematuro ou com problemas", alerta a especialista, acrescentando que o bom controle da gestação da diabética faz com que a incidência de complicações seja a mesma verificada entre a população em geral.

Ideal é o Parto sem Sofrimento para o Bebê

Na hora de escolher entre o parto normal ou a cesárea, a indicação vem do obstetra. Em pacientes diabéticos tipo 1, que têm a doença há muito tempo, geralmente a indicação é de parto cesáreo. E não existe uma semana certa para ele ser realizado. Segundo explica a Dra Ingeborg, não se interrompe uma gravidez que está indo bem. O ideal é ir até a 38a semana, mas a gestação tem de ser interrompida mais cedo se houver qualquer sinal de sofrimento do feto.
Independentemente do parto ser normal ou cesáreo, a paciente tem que ter uma assistência médica constante, porque a necessidade de insulina diminui após o nascimento do bebê, podendo provocar uma hipoglicemia na mãe.
O ideal é que o acompanhamento da gravidez seja feito por uma equipe multiprofissional: endocrinologista ou diabetólogo, obstetra, nutricionista, enfermeira e, em alguns casos, psicólogo. É importante que a equipe mantenha contato, estando sempre atenta ao que está acontecendo com a paciente.
Não há como negar que o acompanhamento clínico da gravidez de uma paciente diabética é caro. Principalmente por causa dos exames e testes diários de glicemia. Para quem tem plano de saúde, isso não é um problema, já que as empresas cobrem esses gastos. As gestantes que não contam com o plano podem recorrer à rede pública para ter o bebê, devendo estar atentas a alguns itens que darão maior segurança durante a gestação.
O primeiro passo é procurar um endocrinologista que indique um obstetra ou vice-versa. É importante que haja uma boa comunicação entre os dois especialistas, porque, dessa forma, a paciente começa a criar a sua própria equipe. Embora todos os exames tenham sua indicação, não se pode deixar de realizar a observação clínica da paciente, que consiste em pesá-la, ouví-la e examiná-la. "A gestante pode e deve ter uma participação ativa em todo o processo. Como no próprio diabetes, as coisas mais importantes são a aceitação, a mudança de comportamento e a adesão ao tratamento", conclui a Dra. Ingeborg Laun.

(http://www.diabetes.org.br/mais-informacoes/410-diabetes-e-gravidez)

Diabetes Tipo 2

Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.
Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência Insulínica".
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.
Principais Sintomas:
·         Infecções freqüentes;
·         Alteração visual (visão embaçada);
·         Dificuldade na cicatrização de feridas;
·         Formigamento nos pés;
·         Furunculose.
(http://www.diabetes.org.br/diabetes-tipo-2)

Diabetes Tipo 1

Introdução 
O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune (http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/741.pdf) caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Isso acontece por engano porque o organismo as identifica como corpos estranhos. A sua ação é uma resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla (http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?185), Lupus (http://gballone.sites.uol.com.br/psicossomatica/lupus.html) e doenças da tireóide (http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4680&ReturnCatID=667).
A DM1 surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena). Quando isso acontece, é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. As pessoas precisam de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Pois, sem insulina, a glicose não consegue chegar até às células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração.
A maioria das pessoas com DM1 desenvolve grandes quantidades de auto-anticorpos, que circulam na corrente sanguínea algum tempo antes da doença ser diagnosticada. Os anticorpos são proteínas geradas no organismo para destruir germes ou vírus. Auto-anticorpos são anticorpos com “mau comportamento”, ou seja, eles atacam os próprios tecidos do corpo de uma pessoa. Nos casos de DM1, os auto-anticorpos podem atacar as células que a produzem.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o DM1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença. Mas outras têm os mesmos genes e não têm diabetes. Pode ser algo próprio do organismo, ou uma causa externa, como por exemplo, uma perda emocional. Ou também alguma agressão por determinados tipos de vírus como o cocsaquie. Outro dado é que, no geral, é mais freqüente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que ela pode surgir em qualquer idade.

Sintomas
Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:

• Vontade de urinar diversas vezes;
• Fome freqüente;
• Sede constante;
• Perda de peso;
• Fraqueza;
• Fadiga;
• Nervosismo;
• Mudanças de humor;
• Náusea;
• Vômito

Consultor: Dra. Claudia Pieper – Comitê Editorial do Site da SBD (Gestão 2006-2007)

Fontes: Norwood, Janet W. & Inlander, Charles B.
Entendendo a Diabetes – Para educação do Paciente. Julio Louzada Publicações. São Paulo, 2000.
Diabetes de A a Z: o que você precisa saber sobre diabetes explicado de maneira simples. American Diabetes Association. JSN editora. São Paulo, 1998
(http://www.diabetes.org.br/diabetes-tipo-1)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Controle do Ciclo Celular e a Origem do Câncer

 
Como sabemos, a interfase é um período de intensa atividade metabólica e de maior duração do ciclo celular. Células nervosas e musculares, que não se dividem por mitose, mantêm-se permanentemente na interfase, estacionadas no período chamado G0.

Nas células que se dividem ativamente, a interfase é seguida da mitose, culminando na citocinese. Sabe-se que a passagem de uma fase para outra é controlada por fatores de regulação - de modo geral protéicos – que atuam nos chamados pontos de checagem do ciclo celular. Dentre essas proteínas, se destacam as ciclinas, que controlam a passagem da fase G1 para a fase S e da G2 para a mitose.
Se em algumas dessas fases houver alguma anomalia, por exemplo, algum dano no DNA, o ciclo é interrompido até que o defeito seja reparado e o ciclo celular possa continuar. Caso contrário, a célula é conduzida à apoptose (morte celular programada).
Outro ponto de checagem é o da mitose, promovendo a distribuição correta dos cromossomos pelas células-filhas. Perceba que o ciclo celular é perfeitamente regulado, está sob controle de diversos genes e o resultado é a produção e diferenciação das células componentes dos diferentes tecidos do organismo. Os pontos de checagem correspondem, assim, a mecanismos que impedem a formação de células anômalas.



A origem das células cancerosas está associada a anomalias na regulação do ciclo celular e à perda de controle da mitose. Alterações do funcionamento de genes controladores do ciclo celular, em decorrência de mutações, são relacionados ao surgimento de um câncer. Duas classes de genes, os proto-onco-genes e os genes supressores de tumor são os mais diretamente relacionados à regulação do ciclo celular. Os proto-oncogenes são responsáveis pela produção de proteínas que atuam na estimulação do ciclo celular, enquanto os genes supressores de tumor são responsáveis pela produção de proteínas que atuam inibindo o ciclo celular.
Dizendo de outro modo:
Os proto-oncogenes, quando ativos, estimulam a ocorrência de divisão celular e os genes supressores de tumor, quando ativos, inibem a ocorrência de divisão celular. O equilíbrio na atuação desses dois grupos de genes resulta no perfeito funcionamento do ciclo celular.
Mutações nos proto-oncogenes os transformam em oncogenes ( genes causadores de câncer). As que afetam os genes supressores de tumor perturbam o sistema inibidor e o ciclo celular fica desregulado, promovendo a ocorrência desordenada de divisões celulares e o surgimento de células cancerosas, que possuem as seguintes características:
  • são indiferenciadas, não contribuindo para a formação natural dos tecidos,
  • seus núcleos são volumosos e com um número anormal de cromossomos;
  • empilham-se sobre a outras em várias camadas, originando um aglomerado de células que forma um tumor. Se ficar restrito ao local de origem e for encapsulado, diz-se que o tumor é benigno, podendo ser removido;
  • nos tumores malignos, ocorre a metástase, ou seja, as células cancerosas abandonam o local de origem, espalham-se por via sangüínea ou linfática, e invadem outros órgãos. Esse processo é acompanhado por uma angiogênese, que é a formação de inúmeros vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição das células cancerosas.
Outra ocorrência envolvendo alterações do ciclo celular é relativa aos telômeros, que são segmentos de moléculas de DNA com repetições de bases que atuam como “capas protetoras” da extremidade dos cromossomos.
Em células humanas normais, a cada ciclo celular os telômeros são progressivamente encurtados, as extremidades dos cromossomos ficam cada vez mais curtas, até atingir um limite mínimo de tamanho incompatível com a vida da célula, paralisando-se as divisões celulares e sinalizando o fim da vida da célula.
Em células cancerosas esse limite é transposto graças a atividade de uma enzima , a telomerase, que atua na reposição constante dos telômeros, mantendo-os sempre com o tamanho original, permitindo assim, que as células se dividam continuamente e se tornem praticamente “imortais”.




Após a leitura, algumas questões pra vocês resolverem e estudar. Será atribuído a pontuação já combinada em sala, o prazo para a resposta é de até dia 12/11:

1) A) O ciclo celular é um evento de grande importância para o controle da divisão celular, através do mesmo podemos observar um rigoroso controle relacionado a preparação da célula para se dividir. O processo é composto por duas principais etapas, intérfase e divisão celular. Cite cada uma delas, suas funções e momentos.

 B) O controle do ciclo celular quando não eficaz pode gerar risco para uma divisão celular correta. Quais os principais fatores que podem induzir essa perda do controle da divisão? Correlacione com o surgimento do câncer, que é uma divisão exagerada da célula.

Att: Monitoria